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No mundo corporativo, a liderança também tem seus altos e baixos. Embora se espere que os CEOs e a gerência sênior passem a imagem de que têm tudo sob controle, a verdade é que cada um de nós tem dias em que as coisas não saem como esperamos e a vida nos lembra que somos, acima de tudo, humanos.

Imagine um dia qualquer: você está em uma reunião, mas por dentro está pensando em outra coisa, até mesmo naquele café que não teve tempo de preparar. Ou, pior ainda, você percebe, na metade da apresentação, que está usando uma meia de cada cor. Ou você confunde um nome. Ou você não sabe nada. Então, o que você pode fazer a não ser rir de si mesmo? É exatamente nesse ato de rir e admitir que você não é perfeito que reside um dos maiores pontos fortes da liderança.
Demonstrar vulnerabilidade não apenas humaniza você, mas também torna mais leve a atmosfera do escritório. Afinal, se o chefe pode rir de si mesmo, por que o resto da equipe não pode? O humor, combinado com a franqueza, cria um espaço em que as pessoas se sentem à vontade para serem elas mesmas, com suas habilidades e seus “por que eu acordei hoje? Em última análise, a liderança também é a capacidade de nos reconciliarmos com nossas imperfeições e de aceitarmos que podem ocorrer “vazios mentais”.


Essa abordagem é especialmente relevante no contexto da liderança feminina, em que as expectativas e as pressões costumam ser maiores. As mulheres em cargos de liderança enfrentam desafios que vão desde o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional até questões hormonais que fazem parte da nossa natureza e que continuam sendo um assunto tabu em muitos ambientes de trabalho. No entanto, liderar com autenticidade, mesmo durante esses estágios, e usar o humor para desarmar preconceitos, pode ser uma ferramenta poderosa para redefinir o papel das mulheres na gerência sênior.


Vejamos o seguinte cenário, que poderia ter acontecido em qualquer empresa: um executivo, conhecido por sua confiança e rapidez na tomada de decisões, está em um workshop de treinamento com sua equipe. Durante uma dinâmica, ele é solicitado a compartilhar um momento de incerteza ou dúvida. Ele conta que, no meio de uma reunião importante, teve uma grande dúvida, um momento em que as ideias simplesmente desapareceram. Essa confissão, longe de enfraquecer sua imagem, gerou uma profunda conexão com sua equipe. De repente, a figura do líder invulnerável se transforma em alguém com quem é mais fácil ter empatia e com quem é mais fácil trabalhar.

Como líder, uma mulher com alguma experiência, posso dizer que abrir conversas sobre tópicos como, por exemplo, a menopausa, me permitiu normalizar essas experiências, abordá-las de forma mais saudável, rir e me surpreender com a conexão que isso me permitiu gerar com os outros, confirmando para mim que a liderança é uma questão de humanidade. Liderar com vulnerabilidade e humor fortalece a conexão entre a equipe, promovendo um ambiente em que as pessoas se sentem seguras para serem elas mesmas, inovar e assumir riscos sem medo de julgamentos. E, se algo der errado, sempre haverá uma boa anedota para contar na próxima reunião.


Então, por que não redefinir o que significa ser um líder? Em vez de ver a liderança como uma questão de perfeição e controle, vamos começar a vê-la como ela realmente é: uma série de desafios que são melhor enfrentados com uma boa dose de humor e a capacidade de admitir que nem sempre temos tudo sob controle.


E, se alguma vez você se encontrar em uma dessas reuniões em que tudo dá errado, lembre-se: ria, porque é disso que são feitas as melhores histórias!


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Por Paula De Caro, sócia-gerente da OLIVIA

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