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Hoje, “investi” um tempo do meu dia útil para ler o relatório do Fórum Econômico Mundial e também para entender o que os participantes do evento estavam comentando... Deu medo!

Tirei apenas um trecho do documento para trazer mais contexto:

“Com o início de 2023, o mundo enfrenta uma série de riscos que parecem totalmente novos e assustadoramente familiares. Vimos um retorno de riscos “antigos” – inflação, crises de custo de vida, guerras comerciais, saídas de capital de mercados emergentes, agitação social generalizada, confronto geopolítico e o espectro da guerra nuclear – que poucos líderes empresariais e formuladores de políticas públicas têm experimentado.”

Há mais de 20 anos trabalho no mundo corporativo como profissional de comunicação, me relacionando com executivos muito mais experientes do que eu e criando pontes para um diálogo rico e construtivo com os governos, sociedade e tantos outros stakeholders importantes para cada empresa. O que me assusta nesse relatório do WEF é a última frase, destacada acima em negrito.

O mundo muda em uma velocidade que as organizações não conseguem alcançar e a falta de experiência para lidar com situações diferentes e tomar decisões rapidamente me parece ser uma constância que ainda precisamos aprender no dia a dia. Mesmo o profissional mais experiente não está apto para enfrentar os desafios dos próximos 10 anos.

Há um ano comecei uma jornada para me aprofundar em transformações organizacionais. Uma pesquisa recente da Olivia, consultoria que trabalho atualmente, verificou que 33% dos líderes não se sentem preparados para enfrentar as mudanças que virão, mas esta conclusão transcende o mundo corporativo e está muito bem apontada no relatório que WEF apresentou.

Ser habilidoso na gestão de conflitos e atento a segurança psicológica, fazer uma gestão verdadeiramente colaborativa para acelerar os resultados, ter empatia para saber respeitar a opinião do outro, dar feedback construtivo usando as técnicas da comunicação não violenta e por fim ter uma escuta ativa para gerar proximidade são competências familiares, mas ainda pouco praticadas no mundo do trabalho.

Ainda em um contexto mais local, quando vemos a recente crise política do Brasil, entendemos que a falta de diálogo e a propensão para chegar a um ponto em comum ainda está longe de acontecer. Por isso, no início desse artigo, comento de forma muito verdadeira que tenho medo, e esse é o sentimento mesmo, medo de que o ser humano não entenda suas vulnerabilidades, não tenha inteligência emocional para encarar os próximos desafios, que não abra mão da sua verdade para avançar em conjunto para o bem maior. Em um mundo cada vez com mais necessidades coletivas, estamos sendo muito individualistas. Temos a pobreza que traz fome, mas também avançamos na pobreza de pensamento e de solidariedade que nos inviabiliza como sociedade!

Milena Fiori, Chief Experience Officer na Olivia Brasil

Publicado originalmente no LinkedIN

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