Marcelo Blechman

IA como transformação inteligente, não artificial

Torna-se necessário advogar por uma transformação inteligente que não apenas abranja a adoção de tecnologias avançadas, mas também coloque ênfase especial na gestão da mudança. 

Escrito por
Marcelo Blechman

Sócio da Olivia Chile, com ampla experiência em mudanças organizacionais, transformação digital e liderança.

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No dinâmico cenário empresarial, a adoção de tecnologias emergentes tornou-se um imperativo para garantir a sobrevivência e o crescimento sustentável. 

Neste contexto, a inteligência artificial (IA) se estabelece como um catalisador chave para a evolução das organizações. As empresas buscam abordar a IA não apenas como uma inovação tecnológica, mas como uma alavanca para moldar um futuro onde a tecnologia sirva ao bem-estar de todos. 

Segundo os dados da pesquisa The CEO Outlook Pulse, 65% dos CEOs consideram que a implementação da IA potencializa a efetividade nas organizações. 

Além disso, 66% afirmam que a integração da IA no tecido empresarial demandará a criação de novos papéis, revelando um panorama onde a transformação digital redefine a própria natureza do trabalho. 

Neste contexto, surge uma pergunta inevitável: Como a IA pode realmente beneficiar uma organização? 

A IA, ao automatizar tarefas repetitivas, libera os funcionários para se concentrarem em atividades mais criativas e estratégicas, aumentando assim a produtividade e reduzindo custos. Além disso, sua capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo recorde fornece informações valiosas para a tomada de decisões, identificando tendências, padrões e oportunidades que poderiam passar despercebidas. 

Não menos importante é o papel da IA em acelerar a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Ao analisar conjuntos massivos de dados e realizar simulações virtuais, a IA se torna uma aliada estratégica para a inovação, permitindo que as empresas se posicionem na vanguarda de seus setores. 

No entanto, a implementação da IA não está isenta de desafios, sendo a resistência interna um dos maiores obstáculos. A gestão da mudança torna-se, então, um componente essencial para garantir o sucesso da transformação inteligente. 

A resistência dos colaboradores, seja por medo da automação de tarefas ou incerteza sobre como a IA afetará seus papéis, pode minar os benefícios potenciais. A gestão da mudança envolve uma comunicação transparente e eficaz em toda a organização, explicando por que a IA está sendo introduzida, como ela beneficiará a empresa e os funcionários, e quais mudanças são esperadas. 

Reconhecemos que cada organização é única, com uma disposição para a mudança e um grau de maturidade diferentes. 

Nesse sentido, compreender a mentalidade dos colaboradores é crucial. Projetar estímulos que acelerem a transição, permitindo que as equipes abandonem o status quo para abraçar a transformação, é fundamental. 

Torna-se necessário advogar por uma transformação inteligente que não apenas abranja a adoção de tecnologias avançadas, mas também coloque ênfase especial na gestão da mudança. Somente assim, as empresas poderão moldar um futuro onde a IA seja uma aliada inabalável na busca do bem-estar geral. 

 

 Por Marcelo Blechman, sócio da Olivia Chile.

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