A adoção da Inteligência Artificial (IA) pelas organizações envolve uma transformação das formas de trabalho, dos modelos de liderança e da própria cultura corporativa, o que gera resistência à mudança nas equipes e altas doses de incerteza sobre como essa tecnologia pode ameaçar seus empregos.
Com o objetivo de ajudar as empresas a fazer com que seus colaboradores aceitem a IA como uma ferramenta que maximizará seu talento, a empresa Olivia, especializada em consultoria de transformação organizacional, desenvolveu um modelo de gerenciamento de mudanças para ambientes de IA.
Essa metodologia é destinada a qualquer empresa que esteja em uma fase inicial de implementação de IA ou que tenha iniciado essa transformação, mas não esteja alcançando os resultados esperados, principalmente devido à resistência à mudança que está encontrando internamente. Seu objetivo é acelerar sua adoção, capacitar as equipes e minimizar sua relutância com base em dois elementos: transparência sobre o que a IA significará para a empresa e a demonstração de que a decisão de integrá-la se baseia em valores éticos que se conectam à cultura da organização.
A proposta de Olivia se baseia em uma necessidade fundamental: as empresas devem entender que a transformação que vem com a IA não é apenas tecnológica, mas que terá impacto em todos os níveis da organização, desde o modelo de liderança até as estruturas organizacionais, e isso torna essencial trabalhar o lado humano da inteligência artificial, seu ponto de convergência com as pessoas que compõem a organização.
“É necessário aplicar o gerenciamento de mudanças e uma metodologia capaz de garantir que a produtividade e os negócios da empresa melhorem graças ao potencial da IA, mas sem negligenciar o bem-estar, a confiança e a motivação das equipes; ou melhor, promover esses valores para que sejam as pessoas que levem a organização ao sucesso”, diz Óscar Velasco, sócio e consultor de Transformação Digital da Olivia.
Principais aspectos do modelo de gerenciamento de mudanças em ambientes de IA
O modelo de gestão de mudanças ajuda a identificar as preocupações dos funcionários em relação à IA e a lidar com elas de forma eficaz; avaliar e redesenhar os processos e as operações de negócios para realizar todo o potencial da IA, otimizando a eficiência e a produtividade; identificar as necessidades de treinamento e implementar programas de treinamento para garantir que as equipes estejam preparadas para trabalhar com IA; e garantir que a implementação esteja alinhada com a visão e a estratégia de longo prazo da empresa.
O modelo de gerenciamento de mudanças da Olivia é construído em torno de duas abordagens essenciais. Por um lado, trabalhar com as diferentes frentes da organização, começando pelos comitês de gestão, e desenvolver uma fase de conscientização sobre o que é IA e o que ela pode trazer para a empresa, do ponto de vista puramente técnico e incluindo sua conexão com o ponto de vista humano. Por outro lado, definir qual é o objetivo, por que a IA deve ser introduzida na organização, como ela se conecta com os negócios e com as equipes. Além disso, um pilar básico é a criação de um comitê de IA, cujas principais funções incluirão o monitoramento da conformidade com os princípios éticos, a manutenção da transparência, da justiça e da diversidade e a garantia da privacidade dos dados.
Como parte dessa metodologia, Olivia desenvolveu um Indicador de Probabilidade de Adoção de IA, que mostra o quanto uma organização está preparada para realizar o processo de transformação necessário para a implementação da IA. Para isso, ele leva em conta diferentes variáveis que se referem às diferentes funções ou posições dentro da empresa, às diferentes regiões em que ela está presente etc., e indica quais fatores de mudança precisariam ser abordados em cada segmento ou área para obter uma adoção bem-sucedida.
A importância da comunicação para a aceitação da mudança
A execução desse processo requer o envolvimento de um gerente de projeto, de um especialista em gerenciamento de mudanças e de um especialista em comunicação e storytelling. E, dependendo da empresa, também é aconselhável envolver especialistas em cultura corporativa e no acompanhamento de gerentes e equipes na aceitação da mudança.
“A comunicação é um aspecto fundamental. É necessário manter uma política de transparência e explicar a toda a organização por que a IA está sendo introduzida, como ela beneficiará a empresa e quais mudanças essa transformação acarretará. A falta de comunicação só vai gerar confusão e rejeição", diz Óscar Velasco.
Por Óscar Velasco, sócio da Olivia.