blog_header-Jul-28-2022-12-50-38-28-PM

Fenômeno muda o cenário dos M&A no país, com crescimento de oportunidades, muitas vezes lideradas por startups.

A interconexão das plataformas de redes sociais e novas tecnologias (IoT, machine learning e inteligência artificial) eram os instrumentos que faltavam nas mãos dos empreendedores. Empresas como Quinto Andar, Daki e Merama lideram a lis

ta de geração de novos e grandes negócios. Conquistando receitas bilionárias no mercado, elas recebem o nome de empresas unicórnios — termo mitológico que faz referência a uma grande realização e utilizado por Aileen Lee, fundadora da Cowboy Ventures em 2013.


Segundo relatório elaborado pela plataforma brasileira Sling Hub, a América Latina tem mais de 40 unicórnios e o Brasil lidera a região em quantidade de empresas desse tipo. Os empreendimentos de base tecnológica chegam a faturar US$ 1 bilhão no mercado antes de entrarem na bolsa de valores. 

A força das empresas unicórnio é tamanha que, na avaliação da Olivia — consultoria focada em processos de transformação organizacional — um novo movimento está surgindo: o “decacórnio”, empresas de capital privado avaliadas em US$ 10 bilhões.

Com mais de 48 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, empresas como Mercado Livre e Nubank integram esse grupo e acumulam receitas bilionárias. Esse fenômeno já vem mudando o perfil de transações de M&A — do inglês, Mergers and Acquisitions — pois são empresas de histórico recente geradas nos contextos da nova economia e que, com o crescimento acelerado, já vêm liderando processos em série de fusões e aquisições.

Com o objetivo de analisar o crescimento do setor e os desafios das empresas que passaram por operações de M&A, em outubro de 2021, a Olivia fez uma pesquisa com 74 executivos de companhias localizadas em oito estados brasileiros. Segundo o levantamento, 35% dos profissionais responderam haverem participado de processos de fusões e aquisições nos últimos três anos. Desse total, 24% o fizeram nos últimos 12 meses. Embora os dados confirmem o ritmo acelerado das transações no país, o estudo revela algumas falhas no processo de integração entre as companhias.

“Para 74% dos respondentes, a estratégia de integração foi única e clara. No entanto, na maioria dos casos (66%) a cultura predominante passou a ser a da empresa compradora. Já é um avanço pois há um movimento de reconhecimento de que o cliente está no centro da decisão e da cultura, independentemente de quem é comprador ou comprado”, afirma Reynaldo Naves, managing partner da Olivia Brasil. A pesquisa mostra ainda que entre os principais motivos das transações estão a entrada em novos mercados (42%), a ampliação da base de clientes (19%), seguidos da incorporação de nova tecnologia (8%), know-how (8%) e talentos (2%).

O fator da crise sanitária apenas acelerou a imensa abertura de oportunidades de inovações e de novos produtos e serviços focados no novo consumidor pós-pandemia, e o contexto de M&A confirma esta tendência de novas empresas unicórnios mudarem de lado da mesa de negociações e partirem para aquisições, como por exemplo, a Olist, que adquiriu as empresas Tiny, especializada em ERP, e Vnda, plataforma de ecommerce.

“Nesse sentido, os processos precisam ser muito mais focados nas necessidades dos clientes. Portanto, as empresas envolvidas devem estar muito mais abertas à mescla cultural dentro do processo de integração”, declara Naves.

O managing partner da Olivia Brasil explica que cada transação de M&A deve ser analisada individualmente, para que o modelo de negócios e o processo de integração cultural sejam avaliados, além da análise dos processos e características de cada companhia.

“As pessoas sempre devem estar no centro dessa mudança, pois são elas que serão responsáveis por conduzir a empresa resultado da fusão para seus novos objetivos”, diz Naves. O especialista explica que essa é a razão pela qual os líderes têm papel vital nesse processo e precisam estar alinhados à nova identidade cultural, pois os colaboradores precisam se sentir acolhidos, o que fará toda a diferença no sucesso da operação.

 

Por Reynaldo Naves, sócio OLIVIA Brasil

Ver reportagem original aquí

 

(Getty Images/Getty Images)

 

Se você está interessado neste tema. Quer que entremos em contato com você para resolvermos juntos?

Se você está interessado neste tema. Quer que entremos em contato com você para resolvermos juntos?