John Lennon previu isso
Se há alguns meses atrás, eu tivesse conversado com amigos em qualquer mesa de bar sobre o que está acontecendo hoje, seria apenas uma referência a um filme de zumbi ou à vida no espaço. A conversa teria começado com algo assim, como se estivéssemos parafraseando John Lennon:
Imagine um mundo em que todos os dias, mais do que um jogador de futebol ou uma estrela de cinema, sejam aplaudidos também os profissionais de saúde e os trabalhadores incansáveis que expõem seus corpos a riscos. Imagine um mundo onde os governos colocam a saúde acima da economia.
Imagine um mundo em que as empresas ofereçam produtos e serviços para ajudar as pessoas em tempos difíceis.
Imagine um mundo onde pessoas de toda parte compartilham suas experiências e conhecimentos, gerando comunidades multiculturais com um objetivo social comum.Imagine um mundo em que amigos, espalhados por regiões geográficas diferentes, compartilham cervejas e sorrisos, apesar da distância. Imagine um mundo em que, em todas as conversas, sempre haja uma pergunta genuína de “como você está?”. E que essa pergunta não seja apenas a introdução de uma conversa, uma pergunta que nem esperamos resposta. Vamos imaginar que não devemos imaginar, que isso está acontecendo hoje dentro de uma crise que nos humaniza sob outro olhar.
Quando o ambiente nos leva a pontos extremos, nosso cérebro tende a ir para seus instintos básicos e, nesse caso, está nos levando ao mais básico de todos: a humanização de nossa realidade. Em um mundo onde parece que todos somos pontos de dados de computador, nos olhamos nus diante do espelho, expondo-nos ao que somos: pessoas que, independentemente dos meios utilizados, vivem de seus afetos imersos em uma comunidade que, como ecossistema, precisa se curar. Imaginemos que o que estamos experimentando passará, mas que todo o aprendizado nos ajuda a repensar a nós mesmos de outro ponto de vista. Em toda crise, há sempre um lugar para ver uma oportunidade.
Citando John Lennon:
“… imagine todas as pessoas que vivem hoje, imagine que não há países…”
Por Guido Olodmuzski, Gerente de Transformação Cultural da OLIVIA