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Estudo realizado pela Olívia Brasil  – consultoria focada em processos de transformação organizacional – mostra que apenas 44% dos processos de fusão e aquisição (M&A), conduzidos no País são satisfatórios para as empresas participantes. O levantamento revela, ainda, que em 34% dos casos a integração foi parcialmente bem-sucedida, 13% parcialmente mal sucedida e 9% mal sucedida.

A principal motivação para que as empresas passem por um processo de fusão ou aquisição foi apontada como a abertura ou entrada em novos mercados (42%). Na sequência, eles especificam a ampliação de base de clientes (19%), seguida de incorporação de novas tecnologias (8%), de know how (8%) e de talentos (2%).

A boa notícia, porém, é que, segundo o sócio e country manager da Olívia Brasil, Reynaldo Naves, esse resultado reflete um ambiente de negócios ainda imaturo, mas que esse cenário tende a mudar cada vez mais rápido.

“O que vemos são empresas ansiosas por diminuir custos, unificando estruturas, e alcançar novos mercados. O que elas esquecem é que toda transformação é feita por gente e enfrenta dificuldades e desgastes sociais e emocionais. Fazer o básico da sinergia operacional e aumentar a carteira de clientes é fácil. As empresas precisam ficar atentas ao depois, em como gerar valor e criar coisas novas a partir dessa união sempre com foco no cliente”, explica Naves.

Sobre os fatores de sucesso para a transação, os executivos apontaram o contexto externo como o principal (42%), seguido do alinhamento da alta gestão (32%), da cultura organizacional (16%) e da captura de sinergias (10%).

Embora a cultura organizacional tenha sido tratada como uma questão estratégica no processo de M&A em 79% dos casos, a pesquisa também revelou que na maior parte das fusões, a cultura vigente se tornou predominantemente a da empresa compradora (66%). Em apenas 32% das operações houve um mix entre as duas culturas e somente em 3% prevaleceu a cultura da organização adquirida.

“É preciso ter o que chamamos de ‘humildade corporativa’. Se existir uma preocupação em saber quem é o melhor ou um apego ao antigo modo de fazer as coisas, o processo não dará certo. O pensamento deve ser ‘como juntos podemos fazer mais e melhor’. Esses são momentos críticos, que geram insegurança e a comunicação tem que ser transparente. Os líderes precisam ter o mesmo discurso claro e objetivo para que os colaboradores, que são quem, na verdade, se relacionam com os clientes, também entendam e façam parte do processo”, alerta.

 

Novos formas de relacionamento

Os novos hábitos de consumo e formas de trabalho surgidos ou impulsionados pela pandemia levam também a novas formas de relacionamento entre as empresas e ao surgimento de um ambiente de negócios mais aberto e dinâmico.

“O M&A não é um processo trivial. Estamos em um momento de transformação. Esse desconhecimento faz parte da exploração. Cada vez mais vai dar certo. Tem dinheiro no mundo para investimento e novas necessidades dos consumidores. No Brasil temos um ambiente imaturo e ainda bastante hermético. Então os números apresentados não são ruins. Para dar certo e gerar mais negócios, vamos precisar chegar mais fundo nas estruturas e na cultura organizacional para que a gente pense em como podemos fazer juntos mais”, completa o sócio e country manager da Olívia Brasil.

 

Por Reynaldo Naves, sócio OLIVIA Brasil

 

 

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